“Era mais um domingo sem vida e inútil, eu não cansava de me perguntar: “
Quando foi que minha vida ficou tão vazia?”. Nada
mais fazia sentido, os dias eram sempre os mesmos. Estava jogada no
chão frio, acompanhada pela nostalgia, já que a maioria do tempo passava
sozinha.
Sintia falta de pessoas que um dia prometeram nunca irem embora. De pessoas que prometeram o conhecido final dos contos de fadas, o tal do “
para sempre”.
Me afogava em meus devaneios, incrédula ao me tocar de como o tempo havia passado e nada havia mudado.
Tudo estava nos mesmos exatos lugares. Meus olhos estavam embaçados, as
lágrimas rolavam em minhas bochechas agora pálidas, uma encorajando a
outra. O vento frio que entrava pela vidraça batia em meu rosto, fazendo
o mesmo arder. Levantei-me, sequei minhas lágrimas com os polegares e
então disse a mim mesma: “C
hega, não vale a pena chorar” várias vezes até me convencer e sessar o choro.
Naquele momento a única coisa que desejava era que o vento levasse toda aquela dor que insistia em invadir meu peito.
Desde então,
percebi que não dava mais para culpar o destino pela minha falta de
atitude e, que ninguém além de mim podia trazer minha felicidade de
volta.
Pois a vida é uma pista de mão dupla. As pessoas vêm e vão, temos altos e baixos, risos e choros.
Não acho que há muito que possamos fazer com isso. A vida é engraçada e
irônica, quanto mais tentamos entende-lá, mais nos confundimos em
relação à ela. Talvez seja porque ela não tenha que ser entendida, e sim
-
óbvio -, vivida. Queria poder pelo menos uma vez, uma única
vez, ver a vida com outros olhos. Poder olhar meus passos de cima, se
realmente estou tomando os caminhos certos, se a estrada que pretendo
seguir é a melhor escolha à se fazer. Não me agrada quando penso sobre
esse assunto, pois sei que vou me arrepender pela escolhas que fiz. Não.
Mas não é assim que as coisas funcionam, não é mesmo?
Querer não significa poder.